sábado, 8 de setembro de 2007

REALIZAÇÃO

Voltei das férias. Na verdade, faz uma semana que elas acabaram. Finalmente conheci o nordeste. Maranhão: São Luís, Barreirinhas - grandes lençóis, Vassourinhas, Mandacaru, Caburé - e Alcântara. No Ceará: Fortaleza e Jericoacoara - Preá e Tatajuba. Foram quatorze dias viajando e conhecendo tais lugares maravilhosos, cada um com suas peculiaridades e caracterísitcas únicas. Mas não foi só isso. Essa viagem representou pra mim a certeza de que escolhi o caminho certo na minha vida. Cada um tem a sua felicidade, porém eu acredito que são poucos os que têm a oportunidade, a sorte, a coragem ou a força necessários para chegar onde querem. Eu tive. E cheguei. Não sei até quando vou pensar dessa forma - espero que pra sempre - ou terei condições de continuar realizando tantos sonhos. Mas, enquanto puder, tenham certeza que o farei. Viajar, pra mim, é mais do que alguns dias longe. Muito mais. Senti que desde que comecei a viajar sozinho, para os lugares que eu sempre quis conhecer, uma mudança muito grande se abateu sobre mim. Não sei explicar ao certo, só sei que é uma coisa muito boa. Uma sensação de vitória, conquista, liberdade, independência. De ser um privilegiado que, depois de imaginar durante muito tempo o futuro, finalmente teve a chance de transformar esse futuro em presente. Digo isso pois sei que muitas pessoas vivem apenas em função de um futuro que, às vezes, nunca chega. O meu chegou. Não tenho mais ambições financeiras, muito menos pessoais. Agora, os meus planos se resumem aos novos lugares que pretendo conhecer e quando o farei. Nunca vou me esquecer de quando a Miriam, uma paulista que conheci no Maranhão, me disse que a felicidade estava nítida no meu rosto, nos meus gestos, na minha postura, durante nossa visita aos Lençóis Maranhenses. Fiquei contente em saber que estava visível. Pois é isso mesmo. Pisar naquelas areias foi um dos momentos mais marcantes da minha vida. Quase chorei. E aí volta toda a "polêmica" do viajar sozinho. É claro, óbvio e ululante que seu eu pudesse levar meus amigos comigo, em cada uma das minhas mochiladas, tudo seria duplamente melhor. Mas, já que não posso, essa pseudo-solidão é compensada com as incríveis pessoas que conheço pelo caminho. Até agora, em todas as mochiladas que fiz, sempre conheci pessoas bacanas. Umas se aproximaram mais, outras menos, é verdade. Mas todas tiveram a sua importância nessas minhas "jornadas". E essa é, ao mesmo tempo, a melhor e a pior parte: saber que, depois que me separo dessas pessoas, provavelmente jamais os verei novamente. Uns ainda resistem graças à Internet. Mas reencontrar mesmo, muito pouco provável que isso aconteça. E eu já deveria ter aprendido isso desde e minha primeira viagem, que é assim mesmo a 'sina' do viajante solitário. É como se a vida de cada um de nós seguisse em linhas perpendiculares: mais cedo ou mais tarde, elas se cruzam, uma única vez, pra depois seguir seu curso e se afastarem cada vez mais. Uma pena. Pra finalizar, quero deixar um agradecimento para todos que cruzaram a linha da minha vida nessa útlima viagem. Muitos de vocês não terão idéia a quem pertencem tais nomes. Saibam que cada um deles tem uma importância, que cada nome me traz de volta uma lembrança, lembranças de momentos únicos e inesquecíveis. Momentos que reafirmam a certeza de que valeu a pena insistir, abrir mão de certas coisas no passado, de muitas vezes nadar contra a corrente, para, finalmente, descobrir como é boa essa tal felicidade.

Paulo, Krystal, Karen, Silvia, Sven, Reinhold, Felipe, Irma, Willian, Alexandre, Diego, Naja, Bete, Helena, Virginie, Miriam, Lucca, Daniela, Franco, Liz, Anna, Ji, Luiz. Valeu turma!!

Se eu pudesse traduzir esse momento...