quarta-feira, 25 de março de 2009

Primeiro de 2009

Quando disse que seriam apenas desabafos sazonais, confesso que nem eu achava que seriam tão sazonais assim...

Anyway, aqui estou. Com tanta coisa pra dizer mas, ao mesmo, um tanto quanto desanimado em fazê-lo. O motivo? Vai saber...

Como todos sabem, foi em 2006 que fiz a minha primeira viagem sozinho. (Esse assunto de novo? Sim, sempre ele). Depois da primeira, fiz várias outras, sempre em lugares novos e sempre encontrando pessoas das mais diversas pelo caminho. Por mais que tais experiências tenham me feito bem - e não tenham dúvida disso - elas trouxeram consigo um pequeno revés: o de perceber o quão medíocre a vida pode se tornar, se você não se esforçar pra que isso não aconteça.

Eu explico.

Antigamente, a vida se resumia naquela velha trajetória, seguida pela maioria das pessoas. Estudar (nem sempre), conseguir um emprego que te sustente - mesmo que não te satisfaça - comprar um carro, casar, ter filhos, levar os mesmos pra comer churros na festa de São João, trabalhar ainda mais pra bancar a vida deles, envelhecer, morrer.

Estão errados? De jeito nenhum. O problema - pra mim - é que esse não é o único caminho a ser seguido. Existe uma infinidade de possibilidades. O foda e saber enxergá-las e escolhê-las com sabedoria. O mais foda ainda é você conseguir ver, ou ao menos imaginar, qual caminho você quer seguir mas não poder fazê-lo por falta de grana - ou de coragem. Quem aqui nunca teve um rompante de mandar tudo tomar no cu e sumir? Quem nunca quis levantar o dedo médio pra meio mundo e estar pouco se lixando para as consequências? Pois é, mas não dá pra fazer isso. Infelizmente. Exemplo: ao mesmo tempo que a responsabilidade, o compromisso, a rotina do seu emprego te impeça de fazer várias coisas, sem ele você não teria como fazê-las. Irônico né?

E, outra coisa, não é suficiente apenas você saber o que quer da vida e planejar, batalhar pra que tal coisa aconteça. Até o desejo se realizar, existe um tempo, uma espera, que precisam ser preenchidos com coisas menos significativas, mas necessárias. O salário chega todo mês, mas antes dele você tem que aguentar o nem sempre agradável ambiente de trabalho. O final de semana com amigos chega toda sexta-feira, mas desde a segunda-feira você tem que tolerar pessoas não tão desejáveis à sua volta. E por aí vai.

Voltando ao revés da viagem. Ao conhecer cada vez mais e mais pessoas, você se dá conta de como, muitas vezes, você não sabe nada de nada. Que existem muito mais informações do que você imagina. Que um sorriso sincero, um abraço fraterno, não precisam vir exclusivamente de alguém de sua família. Que as amizades podem sim surgir num curto período de tempo e durarem o resto da vida; assim como outras amizades podem surgir em função de uma convivência obrigatória - escola, trabalho - e sobreviverem ao fim de tais eventos, pois se mostram superiores à convenção social dentro das quais nasceram.

Ou então...

Você se torna capaz de perceber como tem gente que perde tempo com bobagem - e como você já perdeu tanto tempo com bobagens. Perceber que existem pessoas que se julgam felizes pois acreditam que possuem tudo o que sempre desejaram mas que, na verdade, não passam de uma farsa. Aliás, ô bicho esse tal de ser humano hein? Tá pra nascer ser vivo mais egoísta, egocêntrico, irascível, hipócrita, cínico. Não vou entrar aqui em pormenores desnecessários como política, religião, pois ando meio sem estômago pra isso ultimamente. Mas é impressionate a quantidade de pessoas que só sabem enxergar o próprio umbigo diante dos olhos.

Nunca fui santo e jamais o serei. Também não participo de programas de doações, asistência e sei lá mais o quê. Mas eu acredito ter aquilo que falta em muita gente: empatia. Sabem o que significa? É a capacidade de se colocar no lugar do outro ou, como dizem os americanos, "wear someonelse's shoes". Ou ainda, como já diriam nossas avós: "não façam para os outros o que você não quer que façam para você".

E cansei. Pior que me despeço com a sensação de que escrevi, escrevi, mas não disse nada. O texto tá uma bosta. Eu odiei. Mas vou publicar assim mesmo.

Fui. E como diria o Morróida: tomara que peguem dengue.

(Não sei a razão, mas alguma coisa tá cagada no meu cérebro. Já perdi noção do tempo essa semana, agora isso? Perder o meu discernimento na escrita? Jesus. Me acuda...)