segunda-feira, 11 de abril de 2011

Minha primeira vez

     É aquilo tipo de coisa que, desde que nos entendemos por gente, ouvimos falar, sabemos que existe, quem conhece diz coisas maravilhosas a respeito, que todo mundo deveria experimentar tal sensação ao menos uma vez na vida.
     É possível ter acesso a imagens, sons e todo tipo de informação pela televisão, revistas e, claro, pela internet. Então, assim como praticamente todas as pessoas, você se interessa, assiste, ouve, quer absorver cada vez mais a respeito desse momento. Mas, ainda assim, fica faltando uma coisa. Sim, pois por mais que se "estude" a coisa toda, é o tipo de experiência que não se transmite, não se ensina, você tem que fazer você mesmo para saber como é.
     Quando finalmente surge a possibilidade, você se pergunta: "Será que estou preparado pra isso? Me atrevo a fazer? Mas, e se não for tão bom quanto dizem? Se eu não me adaptar, fizer algo errado, ou simplesmente não gostar?". Normal. Todos temos nossos momentos de insegurança. Porém, uma coisa é certa: não adianta especular, achar isso ou aquilo; ou faz e vê como é, ou então desencana e nunca mais pensa a respeito.
     Como não poderia deixar de ser eu decidi me atrever, experimentar, viver esse momento tão exaltado por tantos, desde que o mundo - moderno - é mundo. Só o fato de ter tomado tal decisão já fez com que minha carga de adrenalina aumentasse, com que a ansiedade me fizesse uma visita... Porém, em seguida me deu uma sensação de "estar perdido", afinal eu estava me preparando para uma experiência inédita, não tinha como compará-la com o que quer que seja. E como é que você antecipa uma coisa sobre a qual você não sabe absolutamente nada, apenas teorias, comentários, relatos? Enfim, o que esperar? Chamaria isso de "expectativa cega"...
     Depois de tanto aguardar, eis que chega o dia do famigerado acontecimento. Quanto mais próximo do local combinado, eu suava, meu estômago revirava, minha boca exigia mais saliva. O vento frio, o céu cinza, o "cai-não-cai" da chuva, nada disso frustrou a alegria, o desejo e a curiosidade em saber o que estava por vir.
     E então, cheguei. Entrei naquele ambiente que já estava praticamente todo preparado para aquela que seria uma das noites mais marcantes da minha vida. Todo mundo tem ao menos um momento da vida que guarda como uma relíquia e, geralmente, esse momento representa sua primeira vez. Comigo não foi diferente.
     Quando finalmente vi quem queria ver, ouvi o que queria ouvir, foi como se naquele momento só existisse aquele lugar, o mundo se resumisse àquele local e as pessoas nele presentes. Senti ansiedade, excitação, gritei, me entreguei, pois era pra isso que eu estava ali: viver cada segundo com a maior intensidade possível. E acho que consegui.
     Se foi igual ao que eu tinha lido na internet, ouvido na televisão, visto em fotos? Claro que não. Foi infinitamente melhor! Não existe mídia ou tecnologia capazes de substituírem o "estar lá", o ver com seus próprios olhos (sim, porque ver uma fotografia é enxergar algo pelos olhos de outrém), o ouvir, o arrepio na sua pele, o grito que sai com uma força que você nem sabia que tinha...
     Ainda que cada um tenha uma interpretação particular sobre tudo e todos, de uma coisa ninguém se atreve a discordar: só vivendo o momento para saber. E ponto.
     Comigo foi assim. Mais uma vez, me atrevi, ousei, experimentei. 
     Fui, vi, vivi.
    Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece. Espero que essa máxima seja a absoluta verdade, pois eu jamais quero me esquecer da minha primeira vez...
     Minha primeira num show do U2!!!




     A expressão "Beautiful Day" passou a ter um significado muito mais importante. Que ninguém duvide disso...

     Meus amigos-companheiros, valeu por estarmos juntos em mais essa empreitada!