quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Feliz dia do...

- é tudo vagabundo mesmo.

- concurso é uma máquina de ganhar dinheiro, tudo marmelada.

- ganham do nosso dinheiro para não fazer nada.

- baita mamata, o dia inteiro sentado em frente ao computador.

- se fechar as portas, ninguém sente falta do serviço deles.

- eu, advogado, odeio os servidores mas... "será que você pode agilizar esse processo pra mim?".

- eu entro no cartório com ares de empáfia, pois você é servidor e tem que me servir (só que eu não dependo do seu trabalho, dotôzinho, você é quem depende do meu. Experimente não dar andamento, lanço uma certidão linda e mando seu bebezinho para a extinção).

- eu não fui intimado desse processo! O quê? Essa assinatura? É minha sim... (fuén)

- os bons servidores que sofrem com a má fama oriunda dos que realmente fazem jus a ela. Sim, existem vagabundos também. A lenda não é de toda fantasia.

- não estou satisfeito com meu salário, mas como não tenho capacidade de achar algo que me pague mais, faço greve - depois tenho que ficar trabalhando para repor tudo o que perdi.



- não temos que trabalhar aos sábados (algumas exceções aqui).

- emendamos feriados.

- a folga que teríamos hoje foi transferida para sexta. Quatro dias de folga.

- temos trinta dias de férias ao ano, garantidos por lei. Se você vende as suas e não sai de casa, não nos culpe.

- além das férias, temos o recesso de fim de ano. Obrigado pela pressão junto ao TJ, advogados. :)

- feriados emendamos todos, ainda que tenhamos que repor as horas depois.

- geral desce o cacete, mas nunca o serviço público foi tão visado, é uma briga de foice para passar em concurso (mas é mamata, lembram?).

- se faço um minuto de hora extra, automaticamente cai no meu banco de horas. Não rola serviço de graça. Princesa Isabel manda lembranças.

- não somos nós que trabalhamos de menos. São vocês que trabalham demais.

Feliz dia 28 de Outubro. Dia do servidor público. 

É um tédio, mas a gente gosta.

domingo, 4 de outubro de 2015

Relatos do Sertão - o último

Como meu voo só sai às 19h00, mas eu já estou no aeroporto (são quase 14h00), terei tempo para divagar sobre essa viagem. Mantenho o que disse anteriormente e farei aqui apenas meus relatos pessoais, os detalhes técnicos ficarão no meu outro blog, www.naoturista.blogspot.com.

Na segunda-feira eu aluguei uma bicicleta e fui para o lado sul da cidade. A praia é gigantesca, não existe nenhuma barreira natural ao longo de quilômetros e quilômetros. Fui até uma praia chamada Aruana, a qual me disseram ser mais movimentada. Embora fosse manhã de segunda, logo tudo vazio, deu pra notar que realmente a estrutura de barracas é melhor e o mar não fica tão distante como ali perto dos arcos - isso não significa que a caminhada seja curta. Entretanto, a paisagem não muda muito. Nada que valha uma visita - talvez em dias e horários mais movimentados valha a pena estar ali, mas só pra quem está de carro, pois é longe. Ônibus até passa, mas haja paciência para esperar, pois são escassos. Devolvida a bicicleta, fui para a areia tomar uma cerveja. Realmente não rola entrar no mar de Aracaju. Não é sujo, mas por ser onde o Rio Sergipe deságua, o mar fica revolto, cheio de areia. Não me empolguei. Também venta muito, o que dificulta as pessoas ficarem na areia, nas cangas ou mesmo indo e vindo, aí o ambiente torna-se meio desinteressante. Enfim. Depois peguei bike de novo e segui rumo ao norte, nada a se destacar. Mesmo.

A terça-feira foi mais produtiva. Descobri o ônibus para o centro (aqui não tem aplicativos) e embarquei. Claro que hoje, com o combo GPS+smartphone, tudo está mais fácil. Lembro-me em Buenos Aires, parando de tempos em tempos e abrindo o mapa para me localizar. Era legal, mas dava trabalho. Bom, o centro de Aracaju é interessante pois, por ser afastado da praia, dificilmente você esbarra em turistas, apenas com os locais. E aí está a graça. Pense num local caótico. Os postes tem caixas de som que ficam tocando músicas nas alturas, isso misturado com os "promoters" das lojas com seus microfones, as pessoas de modo geral e a moça que vende CHIP DA TIM POR UM REAL! Muitas lojas, lanchonetes; camelôs então... Uma profusão de cores, vozes, barulhos, zero calmaria. Mas tem um detalhe: limpeza. Aliás a cidade toda é bem limpa - pelo menos se comparada com outras capitais. No centro visitei o excelente Museu da Gente Sergipana, a Casa de Cultura de Aracaju (fraquinha, mas recebe eventos de cinema, gosto) e o mercadão central. Aqui o conceito "gourmet" não existe. Ainda bem. Não é lugar para dondocas irem comer lanche de mortadela no fim de semana. Aqui é o do povo mesmo. Pense numa infinidade de itens. Tudo. Feira, carnes, roupas, bugigangas, peixes (muitos peixes!), cereais a granel, é aqueles mesmo que a gente pode enfiar a mão e o tiozinho nos vende pegando com aquele negócio cujo nome eu não sei. Paguei 15 pixulecos num almoço com refri. Super simples e só não digo saboroso pois o feijão tinha, claro, coentro. Aí não tem como elogiar... Comprei também uma quantia generosa de castanha de caju por apenas 10 Dilmas. Dali passei numa espécie de centro de artesanato, comprar um imã e comi um doce de jaca. De jaca não tinha nada, açúcar e canela puros - arrepio até agora de lembrar. No retorno para Atalaia resolvi descer no shopping, pois eu precisava comprar água e algumas bobagens para deixar no quarto e levar no passeio no dia seguinte, já que perto da hospedagem não tinha onde comprar. O shopping que visitei se chama Riomar. Sorte deles que existem outros, pois esse é péssimo. Entrei, comprei o que queria e já saí. Nada que me prendesse.

Ontem, quarta-feira, eu fiz o passeio que faltava, foz do Rio São Francisco. Na verdade eu havia comprado para a terça, mas como não deu "quórum", mudaram pro dia seguinte. Aí choveu. Muito. O grupo todo resolveu vir mais cedo, pois não dava graça mesmo. Uma pena, pois o lugar é bem interessante e totalmente possível nadar no rio, mas com aquele tempo não deu. O jeito vai ser, quando voltar pra Maceió, refazer o passeio. Quem sabe...

Bom, depois de tanto blá-blá-blá o qual, creio eu, nem seja assim tão interessante, vou deixar minhas impressões sobre Aracaju:

- É uma cidade que tem um turismo mais calmo, para casais e pessoas já na chamada terceira idade. Vida noturna, desconheço. Tem um tal de Cariri na orla, casa de forró, mas segundo um cara do hostel que foi, absurdamente turístico. Como não sou da noite, nem fui atrás de eventos, festas e baladas. Se bem que teve o show do Wesley Safadão... Passei.
- A orla é muito bonita, bem planejada, embora hajam algumas construções abandonadas e outros trechos que não passam tanta segurança. Também vi vários andarilhos (viciados?) mas nenhum que importunasse, abordasse as pessoas.
- Percebi que Atalaia ainda está se adaptando ao turismo. Digo isso pois notei muitos hotéis e pousadas recentes, ausência de farmácias e supermercados - tem apenas uma "venda" na orla toda. O comércio na região é extremamente deficiente. Talvez que, por ser a praia ruim para banho e visualmente não atraente, só com a construção da orla surgiu interesse no bairro, por isso tudo ainda está se desenvolvendo ali. *Acabei de ver numa foto aérea, enorme, aqui no aeroporto, da década de 80 que a cidade se concentrava no Centro e arredores apenas, às margens do rio. Atalaia era praticamente um imenso terreno baldio. Tá explicado.
- É uma cidade cara. Mais do que isso, explora-se muito o turista aqui. Exemplo: no passeio da foz, antes de embarcar no catamarã, somos orientados a escolher o prato para o almoço e deixar o mesmo pago, naquele esquema que o guia indica (força) e a gente finge que escolheu. Paguei R$ 35 por o que seriam postas de pintado. Veio uma miséria de tudo, do arroz, do vinagrete, do peixe. Na República dos Camarões, um restaurante excelente na orla, o parto individual de camarão sai por R$ 33,90, bem servido e delicioso. Então, tudo é assim. Você contrata o passeio, mas sempre tem algo a mais para pagar. No passeio do Xingó, uma lata de Itaipava Premium, daquelas menores, saía por absurdos R$ 8,70! Eu acho que isso se deve justamente por se tratar de um público mais velho e, geralmente, com grana pra gastar. Outro caso: voltando de Piranhas, peguei táxi na rodoviária, pois com bagagem em circular é foda, ainda mais sem saber ao certo onde descer. Pois o cara colocou bandeira dois, em pleno meio-dia. Justificativa? Alta do combustível. E na hora em que seria segunda bandeirada, faria como? Multiplicaria por quatro? Enfim, por diversas vezes senti essa tendência em tirar o máximo possível de dinheiro do turista. Polegar pra baixo.
- As pessoas a quem pedi algum tipo de ajuda, informação, foram todas muito simpáticas e prestativas, sem exceção.
- Por ser uma cidade não tão grande (tem 620 mil habitantes, enquanto Ribeirão tem quase 700 mil) não fica difícil conhecer todos os pontos interessantes em pouco tempo. Aliás, sendo o Sergipe o menor Estado do Brasil, dá pra cruzá-lo de norte a sul, leste a oeste. Literalmente.

Pra finalizar. Eu disse num post do Facebook que minha passagem por Aracaju poderia ser resumida numa frase, "que saudade de Maceió". Disse isso pois, pra mim, a capital alagoana não é tão cara, a praia é muitíssimo mais bonita (embora poluída), a orla também é bacana e lá é possível passar o dia debaixo do guarda-sol, com os pés na areia, bebendo cerveja e entrando no mar. Em Aracaju até rola, mas em poucos pontos, porém mesmo assim não é a mesma coisa.

Voltar pra Aracaju? Apenas ganhando passagens e hospedagem, de preferência em hotel caro com piscina enorme. Ou então daqui 25, 30 anos. Do contrário, não.

Ufa. É isso.