Observações:
1 - Não, eu não me enganei. Esse texto fica nesse blog mesmo, não no Não Turista.
2 - Sempre que digito no Word para depois colar aqui, a formatação dos parágrafos fica uma bosta. Eu não sei arrumar isso e estou com preguiça de tentar. Grato.
Diferente
de outras viagens, nessa última eu não fiz anotações sobre os lugares que
visitei, como chegar e sair, horários, prós e contras, enfim, nada. Não sei bem
o porquê disso, só sei que não o fiz. Talvez tenha julgado desnecessário, já
que considero esse texto do Viaje na Viagem completo; não haveria nada de novo
a dizer. Entretanto, uma amiga me pediu comentários sobre a capital brasileira,
pois também tem vontade de conhecê-la. Por isso, cá estou eu.
Durante algum tempo a ideia de visitar Brasília vinha rondando meus planos; acontece
que lá não tem praia, logo eu sempre deixei pra depois. O que me fez finalmente
decidir ir pra lá foi o fato de ter um feriadão de cinco dias para usufruir,
mas não ter dinheiro suficiente para ir lugares como o Rio ou alguma cidade
nordestina. “Mas Brasília não é cara?”, você pode perguntar. Eu não achei nada
do outro mundo. Quem já esteve no Rio diversas vezes, dificilmente vai se
espantar com os preços de outros lugares... Só sei que as passagens estavam baratas
(viva o Smiles da GOL), então resolvi que era a hora de ir – e finalmente
deixar de ouvir “você conhece a capital da Argentina e não conhece a sua
própria?”. Pronto, já era.
Antes
de qualquer coisa, importante mencionar que estive em Brasília entre os dias 19 a 21 de abril, ou seja,
toda a descrição que se seguirá refere-se a esse período. Se for em outra
época, pode não ver as coisas como eu vi.
Se
tivesse que atribuir um único adjetivo à capital nacional, eu escolheria
“surpreendente”. Sim, surpreendente.
Por
culpa do tal pré-conceito, eu sempre chego num local onde nunca estive com um
“mapa mental” pronto, achando que o clima será assim, a vegetação será assada,
as pessoas terão determinada aparência, etc e tal. A única vez em que isso não
aconteceu, vale salientar, foi quando decidi visitar Manaus – não me pergunte o
porquê, só sei que foi assim.
E
por que Brasília me surpreendeu? Porque eu não esperava ver tanto verde. Meu
pré-conceito me dizia que, uma cidade do cerrado, em pleno outono, seria
incomodamente seca, amarelada, “poereinta”. Não foi o que eu encontrei lá. Eu
vi uma integração muito agradável entre o concreto e a natureza, a compreensão
do tão falado e famoso planejamento que deu origem à capital brasileira. Embora
haja muitos prédios (aqui eu me refiro ao Plano Piloto), o visual não fica
sobrecarregado, o sol chega com abundância, o céu não “desaparece” sobre uma
selva de pedra, como vemos em alguns pontos de outras capitais.
Quando
comentei que iria até Brasília, algumas pessoas me perguntaram o que eu iria
fazer lá. Realmente, não existem muitas coisas a se fazer por lá, fora do
chamado turismo cívico. Visitar a capital é, basicamente, fazer duas coisas:
conhecer todos os prédios públicos – e de quebra ficar um pouco mais por dentro
da nossa história – e passar um fim de tarde no Pontão, lugar agradabilíssimo.
Tá, ok, existem outros lugares para se visitar, como o Parque da Cidade, mas o
básico se resume ao que mencionei há pouco.
Para
um melhor proveito da sua estadia em Brasília, o melhor é alugar um carro. Na
verdade, eu diria que beira o imprescindível. Embora existam metrô e ônibus
urbano, nem um nem outro atendem a cidade como deveria. As linhas do metrô não
são abrangentes como as de São Paulo (antes que algum pau no cu venha me dizer
que o metrô da capital paulista é uma merda, pois “veja o de Nova York”, quero
lembrar Vossa Senhoria que eu não vivo em SP, logo, todas as partes que me
interessam como visitante são, sim, lindamente abrangidas pelo metrô) e a
quantidade de ônibus em circulação não chega nem perto do número de ônibus no
Rio. Essa é uma falha ridícula numa cidade que nasceu do nada, foi totalmente
planejada, ter um mapa de metrô tão reduzido. Além disso tudo, as coisas em
Brasília ficam longe umas das outras, não dá pra ficar indo de um lugar pra
outro só caminhando – ok, gente chata, até dá, mas vai levar muito mais tempo
para conhecer tudo e chegar morto no fim do dia. Se pretende ir pra lá,
considere muito alugar um carro – a menos que conheça alguém lá que possa ser
gentil o suficiente de levá-lo(a) para os lugares no carro dele/a. Outra coisa
importante: se vai no período compreendido entre agora e a Copa, planeje-se bem
para sair/entrar no aeroporto. Como não poderia deixar de ser, tudo está em
obras, beirando o caos. Dependendo do horário, do dia da semana, pode levar um
bom tempo, especialmente para entrar no aeroporto – e todo mundo sabe que,
enquanto as companhias podem atrasar o quanto quiserem, os passageiros não tem
esse ‘privilégio’.
Eu
não vou fazer um passo a passo das coisas que fiz lá. Viu que lá no início eu
linkei o post do Viaje na Viagem, não viu? Então pronto. Colhas as informações
“técnicas” lá. O que eu posso dizer é: a visita é gratuita? Visite. É paga, mas
você tem curiosidade? Visite, afinal já está lá mesmo...
Com
relação aos habitantes, não tenho do que me queixar. Embora seja um trânsito
intenso (mesmo num feriado), não presenciei grandes barbeiragens e eles não
buzinam por qualquer motivo como os cariocas. Também não ouvi nenhum carro com
o som no último volume – veja bem, isso não quer dizer que eles não existam...
Estive em alguns locais com uma certa aglomeração (Pontão e Bienal, por
exemplo) e não tive nenhuma vontade de sair correndo ou de morrer de vergonha
alheia; claro que um ou outro babaca sempre aparece, mas isso em qualquer
lugar. Agora, uma queixa há de ser feita: o atendimento nos bares/restaurantes.
É ruim. Por mais de uma vez demorei a ser atendido, mesmo tendo levantado a mão
insistentemente e, quando fui, tive que repetir o pedido, pois tinham
“esquecido”. Pelo menos não rolou aquela cobrança marota, “a mais”. Nisso, por
onde passei, foram honestos.
Quando
for, reze para não chover, sequer ficar nublado. Com chuva aquilo deve ser uma
desgraça para se locomover entre um ponto de interesse ao outro, especialmente
nos arredores do Congresso; não dá pra você se esconder dentro da padaria até a
chuva diminuir. Não tem padaria, bar, restaurante, nada por ali. E mesmo que
não chova, Brasília nublada deve ficar bem sem graça. O céu azul e o verde
realçado pela luz do sol, contrastando com as construções tornam tudo bem
peculiar. Já bastam os cinquenta tons de cinza da capital paulista... Ah, e ir
ao Pontão sem sol deve ser mais deprimente do que a musiquinha de encerramento
do Fantástico. Eu tive sorte de pegar dias muito ensolarados.
Mesmo
numa cidade não litorânea como Brasília, eu mantive meus hábitos diurnos; nada
de varar a noite badalando. Sendo assim, não terei dicas de lugares para ir
durante a noite. Entretanto, não foi difícil notar que a capital tem muitas
opções de bares e restaurantes para se visitar; eu vi Bar Brahma, Devassa,
restaurantes Mangai (delícia) e Nau (concorrido). Enfim, dando uma
pesquisadinha por conta, não deve ser difícil descobrir o que se fazer por lá.
Além
de Brasília, também tive a chance de passar uma tarde em Pirenópolis, que fica
a 140 km
da capital, por uma estrada bem ruinzinha. Como foi pouco tempo, não vou
comentar demais, para não correr o risco de ser injusto. Estive em Piri (como o
pessoal de lá diz) no domingo de Páscoa, ou seja, cidade lotada. É uma cidade
bem pequena e, ao contrário do que imaginava – olha o pré-conceito – não me
lembrou Ouro Preto. Piri tem seu charme, talvez mereça uma visita mais longa,
com mais tempo, mais calma. A cidade é famosa por suas cachoeiras, mas não se
iluda: elas ficam LONGE da cidade e umas das outras. Nem pense que dá pra ir
caminhando. Haja disposição, tempo e carro para chegar até elas. Além disso, o
acesso às mesmas é cobrado, pois ficam em propriedades particulares. O que eu
posso dizer de Piri é fazia tempo que não almoçava tão bem fora de casa.
Restaurante “As Flor” – assim mesmo, sem concordância. Ambiente super simples,
mas com uma variedade absurda de uma comida saborosíssima; só o almoço já teria
valido a visita a Pirenópolis. Enfim, como disse, não vou me alongar sobre Piri,
pois tive pouco tempo, tenho pouco material para avaliar a cidade, seria
leviano da minha parte.
Aqui,
cansei, vai. Se tiver algo que queira saber, manda a pergunta que eu respondo
sem hesitar.
É
isso.
Que
bons ventos te levem, pra onde quer que seja. J