Então, fui pra Ilha. De todas as viagens que fiz, essa foi a que eu menos planejei, pesquisei ou imprimi informações/dicas sobre o lugar. Sei lá, achei que pelo menos uma vez deveria conter minha meticulosidade e deixar as coisas rolarem mais ao acaso. Foi bom ter feito isso, pois mostrou que não é preciso ser tão sistemático. Correu tudo bem. Aliás, tudo maravilhosamente bem. Até agora não consegui achar um motivo pra explicar o porquê de tanto encanto. Sério. Toda hora que eu me lembro da Ilha, me dá uma vontade louca de voltar pra lá. Não vou dizer que é meu lugar preferido, porque cada um dos que eu visitei tem a sua beleza, suas características, não dá pra preferir um ao outro. Dizem na Ilha que na Gruta das Encantadas, sereias atraíam marinheiros com seu canto. Entrei na Gruta, mas não vi nenhuma sereia. Será que mesmo assim fui 'enfeitiçado'? Vai saber... Dessa vez não fiz nenhuma turma - como aconteceu em Bonito e Jeri - mas mesmo assim, me senti super bem. Talvez estivesse precisando mesmo desses dias sozinho. Se bem que, duvido muito que fosse encontrar alguém disposto a me acompanhar nas caminhadas que fiz. Entre ida e volta da Fortaleza, por exemplo, foram quase cinco horas e praticamente vinte quilômetros. Suei à beça. Mas me senti mais livre do que nunca. Não quero dizer que tenha ficado cem por cento do tempo sozinho. Tinha o Roberto, chileno de Santiago que chegou no mesmo dia que eu e que estava lá pra trabalhar no Hostel - aliás, o Zorro é ótimo (Zorro é o nome do albergue). Na noite do dia 24, surgiu a turma de Rio Preto - Rafael, Ricardo e respectivas namoradas - que me chamaram pra passar a virada junto com eles. Eu topei. Viramos a meia-noite sentados no deck da pousada, sobre uma manta, com uma garrafa de Coca-Cola e um pacote de Ruffles. Nada de ceia, peru, farofa, panetone e mais o raio que o parta. E querem saber? Foi muito bacana. Afinal, não fui lá pra comemorar o natal - coisa que há muito tempo não faço, perdeu a graça. Mas, já que me convidaram, não tinha como dizer não. E pra completar, tive a prova cabal de como esse mundo é pequeno. Mesmo. Encontrei lá na Ilha o Luiz de Florianópolis. Para os que estão chegando agora, o Luiz dividiu o quarto comigo no hostel em Jericoacoara nos cinco dias em que fiquei lá, em agosto deste ano. Pois então, fui almoçar no restaurante ao lado do albergue, eis que encontro o cara lá, com a família e tal. Não é impressionante? Bom, pelo menos eu fiquei impressionado com tamanha coincidência. Amei a Ilha. Tudo nela me encantou: a natureza abundante e belíssima, as praias calmas e limpas, água na temperatura ideal, trilhas e mais trilhas que te levam a todos os lugares - mesmo algumas sendo de difícil acesso - e bem sinalizadas, o sossego e hospitalidade do povo e, principalmente, a extrema sensação de liberdade que minha estadia lá me proporcionou. Engraçado isso, a vez que talvez eu tenha me sentido mais livre na minha vida - livre dos compromissos, dos horários, da enfadação dos fanáticos, dos cachorros dos vizinhos, do choro das crianças mal-criadas, do "ter que fazer isso ou aquilo", do "eu não quero ir pra lá, prefiro ir pra cá" - foi justamente numa ILHA, cercado por todos os lados. Paradoxo? Ironia? Dê o nome que quiser. Só sei que foi assim. Enfim, é isso. Minha quinta viagem sozinho. Quinto novo destino que conheci. Esse ano não dá mais. Mas no ano que vem, certamente novos lugares virão - ou melhor, eu irei até eles. Feliz 2008!!
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